Procedimentos estéticos e psicologia: uma análise dos fatores sociais e psicológicos das modificações estético-corporais
Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar os fatores sociais e psicológicos das modificações estético-corporais, buscando melhor compreendê-las. A metodologia utilizada nessa pesquisa se estruturou com base na revisão narrativa de literatura. Diante dessa análise, verificou-se que a supervalorização do eu e a relação com a sociedade do espetáculo trouxeram destaque ao corpo, que passou a ser usado como forma de enaltecer a si ou de denunciar um fracasso pessoal. Em vista disso, foi evidenciado que existem padrões de beleza sociais que se tornam cada vez mais inalcançáveis de forma natural, despertando o desejo pelos procedimentos estéticos. A não adequação a este ideal pode gerar graves consequências emocionais, além de produzir uma necessidade de pertencimento à cultura e ao padrão de imagem vigente, o que promete ser alcançado por meio das modificações cirúrgicas. Os resultados apontaram que o indivíduo, quando se submete a procedimentos, pode correr risco de complicações e erros médicos, além de estar sujeito a consequências psicológicas decorrentes destes, como a Depressão, o Transtorno de Ansiedade e, em casos extremos, o suicídio. No que se refere às contribuições da Psicologia, pode-se afirmar que a construção da imagem corporal individual é um dos principais pontos a serem considerados pelo psicólogo, pois evidencia a representação mental que o indivíduo mantém a respeito do seu corpo, podendo afetar sua autoestima e gerar sofrimento. Para auxiliar nesse problema, o profissional pode trabalhar construção saudável da imagem de si, tornando possível a diminuição do sofrimento ocasionado pela autopercepção distorcida e/ou disfuncional e, assim, diminuir a procura desenfreada por procedimentos cirúrgicos.