Violência doméstica e os motivos que levam as mulheres a permanecerem com os agressores
Resumo
O objetivo desta pesquisa foi conceituar a violência doméstica contra a mulher, descrever os tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha, destacar as contribuições da psicologia no acolhimento e atendimentos dessas mulheres vítimas de agressões e identificar os motivos que as levam a permanecerem no convívio com os agressores. Foi realizada uma Revisão Narrativa de literatura científica. Para a coleta das informações teóricas foram utilizados livros, leis e materiais online disponíveis utilizando-se como descritores: violência doméstica e permanência com o agressor; violência doméstica e Psicologia, no SciELO (Scientific Eletronic Library Online) e Google Acadêmico, no período de 2006 a 2021 em língua portuguesa. Os resultados foram sistematizados em três categorias temáticas: 1- As bases históricas da violência contra as mulheres; 2) Violências no plural: mulheres e dinâmicas abusivas; 3) Violência contra as mulheres no âmbito familiar: contribuições dos profissionais da Psicologia. Concluímos que as agressões ocorrem em um círculo vicioso que abarca três fases: tensão, agressão e lua de mel. Muitas vezes a vítima tenta finalizar o relacionamento, porém ao se deparar com os obstáculos tanto da sociedade, quanto do Estado, acaba permanecendo no convívio com o agressor, motivada pela dependência emocional, financeira pelo medo e pela cultura brasileira. Concluímos, também, que o psicólogo deverá realizar o acolhimento das mulheres vítimas de violência doméstica, utilizando-se da escuta ativa e recursos teóricos. Deverão, também, ao longo dos atendimentos trabalharem a autoestima, resgatando a identidade delas enquanto sujeito de direitos e de desejos.